Fora Suely


Uma audiência pública aguardava a então reitora da USP, Suely Vilela, que não veio ou mandou representante. Os estudantes caminharam até a reitoria e lá encontraram as portas fechadas à qualquer diálogo. Reivindicando, entre outras tantas pautas engasgadas, a revogação dos decretos do governador que extinguiam a autonomia universitária e criavam novos absurdos, atravessaram o umbral e deram início aos 51 dias da Ocupação da Reitoria da USP, acontecimento que ressoou pelo Brasil e lançou um grito de alerta: alguma coisa estava mesmo fora da ordem.

Um porque para recordar o 3 de maio (mais…)

[…]O que não tem decência, nem nunca terá
O que não tem censura, nem nunca terá
O que não faz sentido
[…]O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem vergonha nem nunca terá
O que não tem juízo
(Chico Buarque e Milton Nascimento)

Numa atitude inédita, a Reitoria da USP adiou o segundo turno das eleições, o marcando para amanhã (11/11), na Biblioteca do Memorial da América Latina, no bairro da Barra Funda, portanto, em local estranho à Universidade. Já seria inusitado transferi-lo para outro prédio da Universidade que não o CO (Conselho Universitário).

Nada justifica o que está fazendo a Reitoria, visto que manifestações públicas são legítimas, e fazem parte da vida democrática de qualquer instituição. Mas este é o ponto, a USP não é minimamente democrática, pelo contrário, vale lembrar que trata-se da Universidade mais autoritária e autocrática entre todas as públicas do Brasil. Sendo assim, este gesto de transferir as eleições para a Biblioteca do Memorial da América Latina, nada tem a ver com as manifestações que ocorreram hoje diante da Reitoria, até porque elas foram pacíficas. Tudo indica que se trata de uma manobra que compromete o processo eleitoral, cuja legitimidade, com ou sem conflitos, é bastante duvidosa.

Certamente a Reitoria alegará que o ato público promovido por estudantes e funcionários no dia de hoje, como a razão do adiamento e da transferência de local. No entanto, tudo acena para razões outras, inconfessáveis. Aliás, só isso para explicar a baixa quantidade de conselheiros presentes na Reitoria hoje, bem como a tranquilidade da maioria deles, que em geral agem de forma histriônica diante de qualquer contestação ao poder da casta burocrática. Some-se a tudo isso, a rapidez e a facilidade com que a Biblioteca do Memorial da América Latina foi cedida. Alguém dúvida que haverá aparato policial amanhã por lá?

Do ponto de vista ético o que era ilegítimo, está ficando mais ilegítimo ainda.

Veja e-mail enviado pela Reitoria convocando o colégio eleitoral para o novo local de votação:

Senhor(a) Conselheiro(a)

Em nome da M. Reitora, Profa. Dra. Suely Vilela, convoco V. Sa. para a continuidade do processo eleitoral do segundo turno da eleição para composição de lista tríplice de nomes para a escolha do(a) Reitor(a), conforme art. 21 da Resolução nº 5802, de 09 de outubro de 2009, a realizar-se no dia 11 de novembro, na Biblioteca do Memorial da América Latina, localizada na Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, Barra Funda, São Paulo-SP (entrada pelo Portão 6).

O primeiro escrutínio terá início às 13h30 e os demais, se houver, seguirão a citada Resolução.

Atenciosamente,

 

Profa. Dra. Maria Fidela de Lima Navarro
Secretária Geral

[Texto publicado originalmente no jornal Folha de São Paulo. Disponível na internet em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0411200912.htm]

Reitora da USP é acusada de plágio em estudo sobre vírus

Suely Vilela e outras dez pessoas publicaram trabalho em 2008 com figuras idênticas a estudo de 2003, mas sem crédito

Dois trechos de artigo também são idênticos; grupo da UFRJ denunciou suposto plágio, e envolvidos dizem que não houve má-fé

EDUARDO GERAQUE

DA REPORTAGEM LOCAL


A USP abriu uma sindicância interna para apurar uma acusação de plágio contra a reitora Suely Vilela e mais dez pessoas. Na prática, a universidade vai investigar sua própria reitora. (mais…)

usp_reitoraveis

A farsa que é a eleição para reitor da USP, além dos candidatos Armando Corbani FerrazGlaucius Oliva, João Grandino Rodas, Ruy Alberto Corrêa Altafim, Sylvio Barros Sawaya e Wanderley Messias da Costa, conta agora com as candidaturas de Sônia Teresinha de Sousa Penin (diretora da FE e ex-pró-reitora de graduação da gestão Melphi), Francisco Miraglia Neto (professor do IME e diretor da Adusp), mais a anticandidatura de Chico de Oliveira.

Tirando o nome de Chico de Oliveira, que entrou na disputa somente para denunciar o caráter antidemocrático do atual sistema de escolha, boa parte dos demais (mais…)

do site da Adusp

A greve deste ano, ao suscitar a reação irresponsável e truculenta da Reitoria, recolocou na agenda da USP a questão da democracia (mais…)

Universidade para quem?
Dizem que é de todos
Na verdade entram poucos,
mas as vezes parece de ninguém
(mais…)

Um projeto que não admite contestações

A política de educação superior paulista desagrada grande parte da comunidade universitária, não responde aos anseios da população nem é instrumento de promoção do desenvolvimento econômico, cultural e social.

Na USP, a soma desses fatores à repressão policial forma um ambiente perigosamente explosivo (mais…)

A 7ª Vara da Fazendo Pública concedeu medida liminar, atendendo ao Mandado de Segurança Coletivo impetrado pela Adusp (Associação dos Docentes da USP), suspendendo “os efeitos da decisão aprovada pelo Conselho Universitário da USP em 04.03.2009” (mais…)

Wanderley messias

Wanderley Messias da Costa em palestra no Ministério da Defesa

Poucos ouviram falar em Wanderley Messias da Costa. Pois bem, ele é professor da Faculdade de Geografia, embora seja difícil encontrar estudante que tenha sido seu aluno ou saiba dele. No entanto, é figura bastante conhecida da burocracia acadêmica. Foi um dos principais articuladores da candidatura de Suely Vilela em 2005. Não por acaso ocupou a cadeira (mais…)

Ingenuidade ou não, há quem acredite que é possível fazer um reitor sem a benção do governo ou a despeito da parcela do Conselho Universitário ligado à Reitora. Mas o fato é que as articulações estão a mil.

Ontem, na FFLCH, professores próximos à Adusp estavam reunidos. Paralelamente, praticamente no mesmo horário, outro grupo, de visão diametralmente oposta aos que estavam na Letras, também reunia-se na FEA. Em ambos os encontros o cardápio era o mesmo: eleições para reitor.

Depois do Renato Janine Ribeiro, existe um novo reitorável circulando nos bastidores. Já se sabe quem é, cruzaremos mais algumas informações e ainda hoje daremos o nome.

De toda forma, ficam as perguntas: vale a pena apostar e legitimar a atual estrutura de poder? E a estatuinte? Anticandidato resolve alguma coisa?

Mais um da série Os desmandos de Suely Vilela. Este é um clássico:

Em 2007, um mês após os decretos inconstitucionais de José Serra (mais…)

reitoracoronel

Compramos um presente para a professora Suely Vilela, algo que ela adora (veja abaixo). Mas, como ela não sai mais de seu bunker, falta a audiências públicas, cancela reunião de negociação e do Conselho Universitário, não atende telefone quando manda a PM iluminar a cidade com fogos e (mais…)

A professora Dilma de Melo Silva (ECA/USP) deixou comentário a um dos textos deste blog, falando sobre os lamentáveis acontecimentos de 09 de junho e sobre a crise que a USP encontra-se. Pedimos para publicá-lo, a professora Dilma gentilmente autorizou, e o fazemos agora.

Lembrar é preciso!

Por Dilma de Melo Silva

Antonio Cândido na Apresentação do livro Tiradentes, um presídio da ditadura, comenta que muitos dos homens e mulheres que deixaram nessa obra o testemunho de um período amargo da história do nosso país, desejavam que tudo aquilo tivesse sido banido de nosso universo. Contudo, os fatos ocorridos no campus da USP no dia 09.06.09 nos remetem aos anos 1960 e 1970. (mais…)

Passaremos a publicar neste blog os desmandos de Suely Vilela desde que é reitora, começando com os mais recentes. Este, que abre a série, trata de sua “memória fragilizada”, num súbito e raro caso de esquecimento. (mais…)

Email que circula nas listas.

Segue abaixo o texto da resposta à “Carta à comunidade universitária”, que acabo de enviar à sua assinante, a Reitora da USP, professora Suely Vilela.

Mario M. González

Prezada Reitora da Universidade de São Paulo:

Docente aposentado compulsoriamente da USP, sinto-me na obrigação de responder à sua carta. Fundamentalmente porque sou contrário a qualquer violência, particularmente, no caso, àquela que constitui a presença e conseguinte ação da Polícia Militar em nossa Universidade. Estive na Assembléia da Adusp (mais…)

Mas há primaverasQuem é ou foi aluno da professora Adma Muhana, tem por ela respeito, posto ser uma intelectual competente e que ministra seus cursos com convicção e virtude. No entanto, mesmo os que não foram seus alunos, têm-lhe admiração, pela sua coragem e dignidade em se colocar ao lado da defesa intransigente da universidade pública, sempre de forma intensa e lúcida. E só podemos admirar (mais…)