por Marina Macambyra*

Deu no jornal do Campusdois professores se desligaram da Associação dos Docentes da USP porque a entidade fez uma doação em dinheiro ao Fundo de Solidariedade dos funcionários, criado para ajudar o pessoal que teve desconto de salário durante a greve.

Como não me canso de ser bobinha, confesso que fiquei um tanto chocada. Não propriamente com a ojeriza às greves e aos grevistas, hoje tão banal, mas com a atitude desses professores em relação à sua associação, uma entidade respeitável e respeitada. Então é assim? Não concordo com uma decisão, chuto a entidade? Perdi a partida, jogo no chão o tabuleiro? Não foi assim que me ensinaram.

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Isonomia de salário não é isonomia de percentual de aumento. Embora isso seja óbvio, alguns professores uspianos, durante a greve dos funcionários, preferiram fazer de conta que não era disso que se tratava parte das reivindicações dos trabalhadores da Universidade de São Paulo, e, de maneira muito hipócrita, aderiram ao discurso que afirmava quererem os funcionários igualar seus salários aos dos docentes, ou que já tinham um salário alto. Quando não aderiram, omitiram-se diante de.
Nisso há preconceito, mesquinharia e, claro, o já mencionado cinismo.
*Reproduzimos aqui o texto publicado no “jornal” Folha da São Paulo em resposta ao vergonhoso artigo publicado pelo reitor da Universidade de São Paulo João Grandino Rodas, vulgo 4Rodas, no mesmo jornal(aqui) entitulado Mecenato e Universidade.
por Ricardo Antunes e Marcus Orione


Por que as universidades públicas são as que geram conhecimento, ciência e reflexão de ponta, e não as infindáveis escolas privadas?


Em reiteradas oportunidades, o reitor da Universidade de São Paulo (USP) tem-se manifestado a favor de doações de “mecenas” para a modernização do ensino universitário. Chegou a fazer tal declaração, eivada de significados e consequências, em momento tenso e de greve nas universidades paulistas.

Utiliza-se como argumento central o fato de que seria impossível a manutenção da universidade pública sem subvenções de particulares, do novo “mecenato”. Pela parceria público-privada, as universidades deslanchariam. Nenhuma repercussão negativa haveria, tem dito, como resultante desse auxílio desinteressado dos doadores. E tudo isso, ainda segundo advoga o reitor, deve ser pensado “sem ideologias”, ainda que a manifestação tenha se dado no contexto de corte do ponto dos servidores públicos em greve -o que conspira contra a essência desse direito. (mais…)

Por Chico Cabral

J.G Rodas mais do que o candidato do Serra é o candidato do PIG*. Desde que assumiu tem recebido mais atenção da imprensa que campeão de big brother em revista de fofoca.

Desde que foi nomeado reitor, Rodas tem obtido um enorme espaço dos meios de comunicação. No estado já públicou 2 artigos e concedeu 3 entrevistas(sendo uma para o estadão.edu), na Folha publicou mais 2 artigos e 2 entrevistas, além disso concedeu mais 10 entrevistas sendo elas: uma à Rádio CBN, três à Rádio Bandeirantes, uma ao portal R7, duas à Rede Vida, duas entrevistas à Globo, uma à Rádio USP, uma ao provocações e ontem foi ao programa Roda Viva.

Além de possuir contatos nos grandes meios de comunicação a competente assessoria de imprensa do Reitor usa também o poder da reitoria para fazer reverberar suas opiniões. Daí vem o espaço na Rádio USP e o espaço na TV Cultura. Como bem lembrou Antônio Abujamra, na entrevista com o reitor em seu programa, como reitor da USP 4Rodas passou a ser membro do conselho curador da Fundação Padre Anchieta(TV Cultura), certamente por isso que conseguiu espaço no programa Roda Viva. Não apenas conseguiu espaço como enfrentou uma equipe seleta de entrevistadores dentre os quais não havia um único que não concordava com suas idéias.

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* Reproduzimos aqui uma avaliação feita por alguns funcionários do SINTUSP militantes da LER-QI sobre o fim da greve dos funcionários. Apesar de ter algumas tantas discordâncias com o teor do texto julgo muito válida a leitura(Chico Cabral)

retirado do site da LER-QI

Depois de 57 dias em luta, chegou ao fim a greve dos trabalhadores e trabalhadoras da USP. Apesar de não conseguir as principais reivindicações que motivaram a greve, como a luta pela recomposição da isonomia (igualdade de aumento salarial com professores), os trabalhadores conseguiram impôr o pagamento dos dias em greve, que foram descontados de forma arbitrária e ilegal pela Reitoria e pelo governo Serra, contra a posição da Congregação da Faculdade de Direito da USP, que reúne os principais advogados e juízes do país, seguindo a orientação do Juiz do Trabalho Jorge Souto Maior que dizia que “não é possível contrapor o direito de greve ao direito de sobrevivência do trabalhador”. Isto ocorre num momento em que o presidente Lula e o PT, que se empolgam falando que são representantes dos trabalhadores e dos pobres, vem dando declarações reacionárias sobre o direito de greve, afirmando que“greve não é férias, greve é guerra”, e por isso é necessário cortar os salários dos trabalhadores em greve, em especial do funcionalismo público. A burocracia sindical da CUT, apoiadora do governo Lula, fez aceitar que muitas categorias tivessem os seus dias descontados – professores da rede estadual de São Paulo, INCRA, IBAMA, entre outros que ainda sofrem ameaça. Por isso a luta dos trabalhadores da USP e seu sindicato combativo, deram um exemplo a todos os trabalhadores: não temos que aceitar sem luta o ataque ao direito de greve dos trabalhadores. É nesta situação nacional que os trabalhadores da USP se reafirmam como um exemplo para o conjunto da classe trabalhadora brasileira, demonstrando que é possível lutar. (mais…)

“É um grupo que paralisou o funcionamento da universidade. E nós sabemos que isso é muito fácil. Existia um chinesinho na Praça da Paz Celestial que paralisou toda uma coluna de tanques do Exército chinês, sozinho. É a mesma coisa.”

ALBERTO GOLDMAN, governador de São Paulo sobre a greve da USP.(Edição impressa do jornal O Estado de S Paulo – 01/07/10)

O governo de São Paulo fará de tudo para encontrar estes sindicalistas e ajudará também o governo chinês a identificar e punir aquele chinesinho…

por Marina Macambyra*, do blog Dia de Greve

Acabou a greve dos funcionários da Universidade de São Paulo. Chega, por enquanto. Exceto pela Copa do Mundo, amanhã tudo começa a voltar ao normal.

E o nosso normal, como é mesmo? Ah, é muito bom. O grande problema da USP são as greves, não é mesmo? As greves, os grevistas e aquela instituição satânica que é o Sintusp. A greve terminou, acabaram-se os problemas. Sai o Haiti, entra a Suécia.

A partir de amanhã, no máximo de segunda-feita, porque sexta é dia de jogo do Brasil contra não sei quem, a competência e a eficiência administrativas voltam a reinar em todos os campi.

A formação oferecida aos alunos volta a ser a melhor do mundo, graças à dedicação heroica de todos os professores, amparados por funcionários eficientíssimos com salários acima do padrão do mercado, e, naturalmente, ao entusiasmo com o qual esses alunos privilegiados respondem aos esforços dos docentes.

Não há falta de professores. O problema era a greve, que não deixava os professores chegarem às salas de aula porque não tinha Circular. Agora o Circular volta a passar a cada 5 minutos. (mais…)

Infelizmente o Blog passou alguns dias completamente parado devido à correria de final de semestre que deixou quase todos os nossos colaboradores completamente sem tempo de escrever aqui.

Para quem não sabe, vale o informe(um pouco atrasado): os funcionários saíram da greve. Depois de 57 dias de uma mobilização radicalizada e muitos ataques do reitor – que vão do corte de ponto a declarações infames como a comparação da Universidade com a Haiti – os funcionários deliberaram em assembléia, no dia 30 de junho, pelo fim da greve e reinício das atividades a partir do dia 1 de julho. (mais…)

de Luiz Carlos de Freitas*

A recente crise aberta pelo CRUESP nas Universidades Estaduais Paulistas não é, como se quer fazer crer, uma questão de simples isonomia entre o índice de reajuste salarial de docentes e funcionários. É muito mais que isso. Representa mais um capítulo na quebra da qualidade destas Universidades. A concepção de universidade do CRUESP é elitista: parte da base de que é o professor quem define a qualidade da Universidade, sendo as demais categorias – funcionários e estudantes – coadjuvantes secundárias. Daí que proponham pela primeira vez que se dê reajuste salarial maior para os docentes (12,96%) e menor para os funcionários (6,57%). Também cortam o ponto de funcionários que lutam em época de dissídio pelos seus direitos salariais. Estão os Reitores, sob liderança do Reitor da Universidade Estadual de Campinas, com a concordância tácita das Associações Docentes, testando novas formas de lidar com os trabalhadores destas instituições. Caso sejam exitosos nesta empreitada, estará aberta a possibilidade de usá-las no momento seguinte de forma indiscriminada. (mais…)

por Chico de oliveira, Paulo Arantes, Luiz Martins e J. Souto Maior


A dificuldade econômica da universidade pública na atualidade é fruto de uma negligência proposital do Estado com o ensino público


O reitor da Universidade de São Paulo publicou neste espaço (“Mecenato e universidade”, 10/6) artigo com alguns argumentos que precisam ser democraticamente contrapostos. Para ele, os problemas da USP partem de uma razão econômica.

A saída que expõe é uma contradição em termos: o ingresso de dinheiro privado para a melhoria da universidade pública. Para proteger a universidade pública, que é melhor que a privada, diz que a universidade pública deve abrir suas portas para o dinheiro privado.

No fundo, o que a sua solução esconde é a tentativa de privatizar o ensino público. Ora, não se tendo conseguido fazer com que as entidades privadas prevalecessem no cenário educacional, busca-se fazer com que o ensino público forneça o material humano necessário para os fins da iniciativa privada. (mais…)

A greve de funcionários das três estaduais continua em curso. Assim como continua a intransigência dos reitores que se negam a negociar a pauta de aumento salarial de forma igual para todos os funcionários das universidades estaduais. Publicamos aqui a nota feita pelos professores do IFCH da UNICAMP. (mais…)

Por Douglas Belchior*

Mais uma vez, os senhores determinaram a regra, a lei e os limites da existência e da sobrevivência dos negros no Brasil. O dia 16 de junho de 2010 entra para a história, cinco séculos após a chegada dos primeiros africanos escravizados nestas terras e 122 anos após o fim da escravidão. Encerra-se mais um triste capítulo da luta entre senhores brancos racistas versus escravizados negros e pobres. Desta vez, nas salas acarpetadas do Senado Federal, em Brasília.

Em tramitação desde 2003, o chamado Estatuto da Igualdade Racial, apresentado pelo Senador Paulo Paim (PT), animou a esperança de o Estado Brasileiro finalmente iniciar um processo de reparação aos descendentes da escravidão no Brasil. No entanto, nesses difíceis anos de debate e enfrentamento aos que resistiam à sua aprovação, a proposta original sofreu muitas alterações que esvaziaram a possibilidade de eficácia e o sentido reparatório. (mais…)

Do UOL Notícias

O plenário do Senado aprovou, em sessão extraordinária, o Estatuto da Igualdade Racial. Mais cedo, o texto havia sido aprovado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e passou sem alterações no plenário da Casa. O projeto segue agora para sanção presidencial. (mais…)

O trancaço ocorreu hoje com cerca 200 pessoas(entre professores, estudantes e funcionários) e o portão permaneceu fechado das 6h até as 10h,  apenas o P1 ficou fechado de forma que alunos e professores puderam entrar normalmente pelas outras entradas.

Não houve repressão por parte da polícia e nem qualquer confronto com estudantes ou professores. Alguns provocadores, majoritariamente estudantes, apareceram para tentar gerar um conflito mas os manifestantes conseguiram contornar a situação sem nenhum tipo de violência.

Em resposta ao trancaço estudantes contrários a greve ( ligados a um grupo que, desde o ano passado, disputa as eleições do DCE sendo formado inclusive por estudantes filiados ao PSDB e ao DEM) organizaram um flash mob na praça do relógio em defesa do corte de ponto. A manifestação estava marcada para as 12h e para as 18h, segundo relatos às 12h compareceram apenas 5 pessoas e às 18h compareceram menos de 10 pessoas.

Por Roberto O. de M. Souza

Os funcionários da USP, em reunião do comando de greve do Sintusp, decidiram realizar hoje, dia 17 de junho, um ato às 6h da manhã na entrada principal da USP(conhecida P1). A idéia é fechar a entrada por alguns minutos em sinal de protesto ao desrespeito do direito de greve dos funcionários, que se expressa no corte do ponto de cerca de mil funcionários em greve que não receberam salário neste mês.

Certamente muitos dirão que trata-se de uma atitude autoritária e violenta que desrespeita o direito de ir e vir. E por isso é importante lembrar a todos que o direito de greve esta sendo duramente atacado na universidade através do corte de ponto,  medida que foi rechaçada em diversas congregações inclusive na faculdade de direito(que colocou-se por unanimidade contra o corte), antiga faculdade do reitor.  (mais…)

por Adrian Pablo Fanjul*

Nos primeiros dias deste mês, cerca de 1.000 servidores da Universidade de São Paulo (USP) receberam sues holerites com valor praticamente igual a zero, por causa do desconto praticado em função da greve que eles mantêm desde 5 de maio. A medida, completamente inédita nessa universidade, onde me desempenho como docente e pesquisador, evidencia, em primeiro lugar, que algo não se corresponde com a avaliação que a direção da USP tem difundido em torno da greve dos funcionários, informando, para a opinião pública, que tudo na USP funcionaria normalmente.

Todos que sofreram descontos trabalham em órgãos ligados à administração central. Se apenas nesses órgãos há 1.000 grevistas, cai por terra a explicação de que apenas fariam greve os “militantes profissionais”, “grupos violentos” e outras denominações que já fazem parte do repertório com que os dirigentes da Universidade encobrem, desde anos atrás, sua propensão ao autoritarismo e sua constante procura do confronto. Infelizmente, essa propensão costuma encontrar eco em setores do sindicato dos funcionários, e hoje vivemos um novo capítulo, talvez o mais dramático pelas suas conseqüências sobre as famílias daqueles que vêem seus salários retidos. (mais…)

por Chico Cabral

Talvez tenha uma assembleia dos estudantes da USP amanhã. É o que dizem por aí…

Sinceramente eu não tenho certeza de nada.

A última assembléia dos estudantes estava marcada para quarta-feira passada, dia 9, inicialmente na História, depois disseram que foi na Química… no final cada um chamou pra um lugar e terminou por não ter assembléia nenhuma. No final, decidiu-se por convocar uma assembléia para o dia seguinte, quinta-feira, 10/06, às 18horas.

Na quinta, o DCE da USP compareceu e disse que não havia quórum (exigência cuja resolução fora votada em congresso da semana anterior) e, portanto, não haveria assembléia. Ainda assim alguns setores do movimento mantiveram uma assembléia com os gatos pingados que ali estavam.  Discutiram, polemizaram e deliberaram de passar nas salas de aula da Faculdade de Letras. E assim foram… Gritaram pelos corredores etc. etc. etc. (mais…)

Haverá hoje um sarau em frente a reitoria ocupada. A atividade faz parte da semana organizada pela comissão de cultura de estudantes em apoio à ocupação da reitoria, que visa aproximar os estudantes do debate sobre a greve e sobre a ocupação e também arrecadar dinheiro para o fundo de greve dos funcionários(já que eles tiveram o ponto cortado).

14/6 – Segunda

17h30 – Sarau
Local: Praça das Barricadas (na frente da Reitoria Ocupada, virado pro MAC e
pro Bandejão Central)
Convidados até agora: Banda da Geo, Cenas de Direção II do CAC
Aberto a todos os tipos de manifestações artísticas: música, teatro, poesia,
etc!

Essa é a primeira atividade da semana, para mais informações entre no site: http://reitoriaocupada.blogspot.com/

Haverá venda de cerveja para arrecadar dinheiro para o fundo de greve dos funcionários da USP.