A professora Dilma de Melo Silva (ECA/USP) deixou comentário a um dos textos deste blog, falando sobre os lamentáveis acontecimentos de 09 de junho e sobre a crise que a USP encontra-se. Pedimos para publicá-lo, a professora Dilma gentilmente autorizou, e o fazemos agora.

Lembrar é preciso!

Por Dilma de Melo Silva

Antonio Cândido na Apresentação do livro Tiradentes, um presídio da ditadura, comenta que muitos dos homens e mulheres que deixaram nessa obra o testemunho de um período amargo da história do nosso país, desejavam que tudo aquilo tivesse sido banido de nosso universo. Contudo, os fatos ocorridos no campus da USP no dia 09.06.09 nos remetem aos anos 1960 e 1970. (mais…)

A falta de espaço público para o debate político de fato dá lugar cada dia mais à legitimação do oposto: quanto mais superficial e facilmente penetrável pelas ondas da TV ou páginas do jornal, melhor.

É dessa maneira que jornais de grande circulação aparentam duvidar da inteligência de seus leitores ao apresentar editoriais dignos de tristeza, mas infelizmente, como são de grande circulação, não devem passar sem a devida crítica atenta. A começar por usarem termos como “na realidade” para embasarem o que não necessariamente (e não é mesmo) real, mas sim a verdade por eles construída e amplamente divulgada.

Em O Estado de S. Paulo de 28 de junho (“O fracasso da greve na USP“), o editorial atacou de repórter e apresentou dados como se o autor estivesse ido a campo investigar (mais…)

Email que circula nas listas.

Segue abaixo o texto da resposta à “Carta à comunidade universitária”, que acabo de enviar à sua assinante, a Reitora da USP, professora Suely Vilela.

Mario M. González

Prezada Reitora da Universidade de São Paulo:

Docente aposentado compulsoriamente da USP, sinto-me na obrigação de responder à sua carta. Fundamentalmente porque sou contrário a qualquer violência, particularmente, no caso, àquela que constitui a presença e conseguinte ação da Polícia Militar em nossa Universidade. Estive na Assembléia da Adusp (mais…)

Foi em defesa da democracia no interior da Universidade de São Paulo e do patrimônio público que a atual reitora, Suely Vilela, justificou a presença da Polícia Militar na Cidade Universitária (campus Butantã) a partir do dia 1º de junho de 2009, culminando no confronto violento entre tropa de choque versus funcionários e estudantes, quando os segundos se reuniam em um protesto, inicialmente pacífico, em frente ao prédio da reitoria (mais…)

Mas há primaverasQuem é ou foi aluno da professora Adma Muhana, tem por ela respeito, posto ser uma intelectual competente e que ministra seus cursos com convicção e virtude. No entanto, mesmo os que não foram seus alunos, têm-lhe admiração, pela sua coragem e dignidade em se colocar ao lado da defesa intransigente da universidade pública, sempre de forma intensa e lúcida. E só podemos admirar (mais…)

(Publicado originalmente na FSP, edição de 16.06.2009, na seção Tendência e Debates)

CAIO VASCONCELLOS e ILAN LAPYDA

APÓS MAIS de uma semana de presença da Polícia Militar no campus da USP, a política repressiva da reitora Suely Vilela culminou na batalha campal de 9 de junho.

O conflito que se deu depois do fim da manifestação pela retirada da PM não se limitou ao portão principal, mas se estendeu até a parte central do campus, algo que não se via desde a ditadura militar: bombas de gás e de concussão, balas de borracha, prisões e (mais…)