Adulador

Durante a ocupação da Reitoria da USP em 2007, era comum alguns estudantes irem conversar com jornalistas, não para dar entrevista ou informação, mas manifestar indignação com a cobertura da mídia, face às distorções, omissões e às vezes até mentiras, que na maioria das vezes agiu no sentido de criminalizar um movimento essencialmente político. Na ocasião, pela primeira vez, muitos de nós conhecemos na pele o que é estar à mercê de uma imprensa que age antes como partido do que veículo de informação imparcial. Não por acaso, no dia da desocupação nos munimos de jatos d’água e baldes, para em seguida dar um banho nos jornalistas dos grandes veículos que lá estavam, simbolicamente lavando a mídia. Evidentemente que muitos dos profissionais apenas cumpriam com seu ofício, alguns poucos talvez até a contragosto. Dentre os que cobriram a ocupação, um revelou-se símbolo do jornalista que se presta a servir o patrão, demonstrou não ter escrúpulos. Este sujeito era o único que se irritava quando abordado para conversar, reagindo de maneira agressiva. Coube a ele fazer as reportagens que buscavam diretamente tratar a ocupação como caso de polícia. A última que fez foi paradigmática. Após a desocupação, apareceu o rapaz no Jornal da Globo, tratando a ocupação como invasão e salientando exclusivamente o levantamento que a polícia faria de eventuais danos ao patrimônio público, para posteriormente encaminhar inquérito pedindo abertura de processo contra os ocupantes, ao fundo, enquanto durou a reportagem, um carro de polícia com o giroflex ligado.

Mais tarde, noutra circunstância, coube a este mesmo jornalista o papel insidioso de transformar o acidente do avião da TAM, em Congonhas, num espetáculo, sendo também o artífice a levar ao ar o “testando hipóteses” de Ali Kamel.

Antes, já havia estado no caso das fotos que levaram a eleição de 2006 para o segundo turno, neste caso, junto a outro jornalista, que tem fontes privilegiadas na Polícia Federal, que freqüentemente cobre fatos, onde a consciência de muitos não permitiria fazer. Através de matéria de Raimundo Pereira, publicada na Carta Capital, sabemos que nessa ocasião (caso das fotos) ele tinha em mãos a gravação do delegado Bruno, cujas fotos foram vazadas na véspera do primeiro turno em 2006. A gravação deixava explícita a atitude deliberada do delegado em conluio com a “grande” imprensa, sobretudo a Globo. No episódio, o jornalista de quem falamos, recebeu de Ali Kamel a seguinte recomendação “guarde essa gravação com você, para todos efeitos, não temos essa gravação”.

Em todos os casos podemos supor que ele foi jornalista para o patrão, para o chefe, o público sempre ficou em último lugar. Não por acaso,  hoje, o jornalista (agora entre aspas) em questão, foi devidamente recompensado pelo antijornalismo que aceitou exercer a mando da chefia. É correspondente em Nova Iorque, aliás, só mesmo o seu papel subserviente para explicar o lugar que ocupa atualmente, uma vez que há tantos outros melhores na emissora onde trabalha, no entanto, nem todos aceitariam protagonizar tudo o que a vontade e os interesses inconfessáveis do patrão requisita.

Se você ainda não sabe quem é o “jornalista”…pense, talvez chegue ao Rodrigo Bocardi ou outro…são tantos e tão globais…